8 de fevereiro de 2007

escrivinhando
estatelando meu neurônio no brilho excessivo dos vocábulos
sou cortada por suas facadas
seduzida por seus mistérios
cheiros e segredos
minérios
corro por entre mil palavras
sensações-nomes
emoções-versos
escrivinho escavando a beleza celestial do verbo
re hipnotizo-me a cada respiração
assisto às letras voando por tantos cantos por tantos sons
desde todas as eras
vês?
antes sons, agora linhas

há um grande abecedário trans épico monolítico ecumênico universal
habitando minhas membranas
e o ar
coço meu olho: sai um verbo.

o poder da palavra foi avisado.

e dentre tantos nomes, pronomes e memórias, as tantas línguas que habitam os homens
dialetos evaporados ao vento
a curiosa língua dos bebês
o extinto
poetas sucumbidos
gritos banidos
o esperanto.
ora, pois...

a poesia sempre vem depois.
a nostálgica ode ao sonho da comunicação humana.

Um comentário:

Natalia Jung disse...

tou sempre passeando por aqui...
linda!

besos besos