5 de março de 2008
o sistema hiltler
akira kurosawa
enfurnecida neste aparelho que deus me deu
estrouloquecida nesta cidade que o homem pariu
viajo para dentro da célula das coisas e sinto o frio dos pólos
a comunicação não garimpa mais
estamos todos em rede, solitários, esquisitos, cheios de tiques
avisto o centro da discórdia
sinto o seu apelo terrorista
seu poder devastador
um estrondo diário se dá em cada avenida paulista
extremamente terráqueos, seguimos em série pelas ruas
lotamos as moradias e transportes
e eu aqui
sem entender o poder do meu aparelho...
pra que tanto poder, meu deus do céu?
para ficarmos confinados em cubos, digerindo a vida a conta-gotas?
saio pela rua.
o cheiro me entorpece.
a noite acontece.
mais uma noite se esvai.
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