5 de março de 2008

o sistema hiltler


akira kurosawa


enfurnecida neste aparelho que deus me deu
estrouloquecida nesta cidade que o homem pariu

viajo para dentro da célula das coisas e sinto o frio dos pólos
a comunicação não garimpa mais


estamos todos em rede, solitários
, esquisitos, cheios de tiques

avisto o centro da discórdia
sinto o seu apelo terrorista
seu poder devastador

um estrondo diário se dá em cada avenida paulista

extremamente terráqueos, seguimos em série pelas ruas

lotamos as moradias e transportes

e eu aqui
sem entender o poder do meu aparelho...

pra que tanto poder, meu deus do céu? 
para ficarmos confinados em cubos, digerindo a vida a conta-gotas?

saio pela rua.
o cheiro me entorpece.
a noite acontece.
mais uma noite se
esvai.

2 comentários:

Guilherme Brandão disse...

Que crise Mari!
Bem no meum aniversário!
e nem pra me dar parabéns!
hehehe
Ah!
Alias, parabéns pra você também!
Beijo

Gui

Anônimo disse...

"estamos todos em rede, solitários, esquisitos, cheios de tiques"... este verso me lembrou um filme, "denise calls up"... a fotografia da atualidade!\