eu canto porque sou eterna
terráquea e pássara
eu canto porque tantos muitos já cantaram
e tantos outros eternamente cantarão
cantar a vida - essa necessidade fisiológica do poeta
eu canto como ando como como
canto porque minha vida é essa
observar com os eternos sentidos humanos
voar por entre mentes
abrir as portas todas, arremessar cadeados, pintar as ruas, libertar aquele que não sorri, ou aquele que não pensa, sentir-me brutalmente burra, e brutalmente genial
canto porque como
meu alento
meu sustento
a caneta é a ponte ao trono imperial
o amor é a canção cósmica
a poesia do Tao
canto porque o mundo me encanta
as coisas castigadas, condenadas e pouco óbvias
e todas as óbvias
e as sem-nome
as sem-cor
eternamente cantando
na caneta.
Um comentário:
Soa música mesmo. Acho que era a intenção? Mas parece que ao ler já se escuta melodia.
T amo
ti
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