26 de dezembro de 2006

Tu não existes.

Tu és minha máxima e mais rebelde projeção. Sonho. Canção.

Êxtase.
Tu és tudo o que eu não sei.

14 de dezembro de 2006

Saí fora dos pensamentos, das regras, dos raciocínios.

Saí dos autores, dos títulos, dos noticiários,
da obrigatoriedade padrão.
Da restrição das constituições.

Aconceitual.

19 de outubro de 2006

o umbigo do mundo

assim
assado
de novo
amado
estorvo
estável
cintilante
inefável
único
búdico
cíclico
acústico
translado

estando
neste
estado
sigo
eu e minha vela

2 de outubro de 2006

EXPRESSO GRAFIA

Expresso grafia na vida
Gravo a inverbal arte de viver
Medito na letra sem rodeios e saio disto tudo com mais palavras por entre as vértebras

Navego no mar do nome
No teu nome

Grafo em mim, em ti, em nenhum lugar
Grafo no virtualístico presente
efêmero pleno e trans-dimensional

Espirro palavras e reticências
Sem ciência.

15 de agosto de 2006

caminho
rumo ao
caminho
não-linear
estreito
multicolor
uníssono
uno
dançante
mágico
artístico
plástico
místico
aguado
estrelado
supremo
de
deus
de
eu

8 de agosto de 2006

genética

somos puros mistérios ambulantes
caminhando
somos educados
apesar do sonho da organização e perfeição, o Cosmos é caos

misteriosa confusão fluída

fecho meus olhos
vislumbro minhas vísceras


abro meus olhos e vejo o Lilah
a pirotecnia dos sentidos

- penso em todos os mistérios banidos pelos cinco sentidos que o homem acha que têm

a vida é a mais bela física


e vejo o globo vesgo lotado:
torno-me, automaticamente, espiritual.




parem tudo, sintam o cheiro,

sejam ofuscados

abram-se, mortais!
por Deus!

o Mistério caminha nas veias

25 de julho de 2006

eu canto porque sou eterna
terráquea e pássara
eu canto porque tantos muitos já cantaram
e tantos outros eternamente cantarão

cantar a vida - essa necessidade fisiológica do poeta

eu canto como ando como como
canto porque minha vida é essa

observar com os eternos sentidos humanos

voar por entre mentes
abrir as portas todas, arremessar cadeados, pintar as ruas, libertar aquele que não sorri, ou aquele que não pensa, sentir-me brutalmente burra, e brutalmente genial

canto porque como
meu alento
meu sustento

a caneta é a ponte ao trono imperial

o amor é a canção cósmica
a poesia do Tao



canto porque o mundo me encanta
as coisas castigadas, condenadas e pouco óbvias
e todas as óbvias
e as sem-nome
as sem-cor

eternamente cantando
na caneta.

1 de julho de 2006

cor-ação

coração
célula mater
um

bomba, bomba, bomba
meu amado amigo vermelho
mucoso inquieto grandioso pequeno

agradeço ao invisível a tua saúde
a tua tristeza, inquietude e resistência
tua ciência silenciosa fenomenológica intrínseca
tua genética boa

bomba, central vermelha de todos os tons!

inspira minha existência carnal
irriga minha loucura salutar
amplia meus sonhos aquáticos
abre minha visão

bomba, pequeno irmão!

joga meus pés e minhas mãos no futuro-agora
carrega minha cabeça gorda
em direção ao teu batuque harmônico

ritmiza meu não-ritmo
ensina as outras vísceras a entrarem no batuque bom

de coraçao para cor-ação

palpita que é bom!

18 de junho de 2006

corria o mundo inteiro para todos os lados toda rosa dos
ventos

voava sobre os próprios pés tropeçava nos próprios sonhos em transe mental
e físico construía e desconstruía castelos, quartos, becos, loucuras, utopias, cores, cheiros
corria o mundo inteiro
dentro e fora
já sentia-se tonto pois assim seguia

desatomizava-se ao som da Lua atingia o Cosmos buscava para que a loucura e brutalidade do mundo fossem neutralizados
em um só pensamento, em muitos movimentos
dançava nas esquinas sentia-se íntimo nos Astros
e corria subia
e descia inalava o ouro em pó do ar nadava pelas águas turvas e também pelas cintilantes
num Circo Místico

inebriado de Deus

24 de maio de 2006

A poesia não tem casa.

Não tem asa. Não dá lucro. Não passa.

Não faça poesia.
Não há quem resista.

29 de abril de 2006

budismo

mentalizo a ação do não viver.
mentalizo o meu viver.

saio de ti.
vou pra mim.
sonho contigo, sigo assim.
e quem sabe agora, vou entender porque o mundo não é só você.

aqui canto o dia em que vai chover.

delicadamente bruta

sigo na conduta
sempre na escuta
piro que sou isso
e sou bruta

delicadamente deliciosa
sinto medo de rosa
e segurança diante de um detento

a arte
a vida no alfinete

a esperança na morte

o cinema

a sétima e primeira arte

alarde

o psi.
o psi.

toda a terapia do tempo do ser humano.
 toda a transfusão mental de sangue vital: a ideia.

toda a epopeia.

assim...

delicadamente bruta.

cientificamente espiritual.

analogicamente digital.

2 de abril de 2006

existo
logo peso cheiro choro vejo rogo peço durmo

ex isto
ex aquilo
logo mudo páro e piro e pairo e estudo
ex tudo

existo



a insistência da existência

23 de fevereiro de 2006

Escrevo muito
Escrevo nada
Escrevo e penso
No que pensava
E então escrevo
Igual
Penso de novo...
Parece enterro...
Sento e escrevo.

Escrevo de medos
secretos
segredos
escrevo à ti
à mim
extasiada

..........................

Auto-palavras.
respiro por letras,
por fatos,
por símbolos.
Exorciso no texto
tudo aquilo que é intruso
nos atos-pedaços-pessoas
da minha peça de teatro.

escrevo aqui
ali
como como.
i am what i see.

i am what i reflect in every single thing

i am that




i am what i see in the mirror of things
O QUE É SÉRIO PRA UNS NÃO É SÉRIO PARA OUTROS; OS DETALHES PODEM SER PLANETAS, E OS PLANETAS PODEM SER DETALHES - OS DETALHES NÃO SÃO SÓ DETALHES.


O DIABO MORA NOS DETALHES.

26 de janeiro de 2006

sofisticalizo-me na trans ânsia.
caleidoscopo minha sentir.
ampla veia
véia loca.
ocoziono o hormônio.
surtarâmelos reagem - dentro e fora - anti.

negro.
branco.

eu sei que vou te amar

eu sei que vou te amar
des esperada mente
vou te amar
psico logica mente
sei que vou te amar
assim
vou te amar
desde já desde agora
não tenho forças pra não te amar agora
preciso nossa senhora
assim
vou te amando
enquanto não chegas
vou te criando